Incidência de Aedes já registra mais de 2,2 mil focos na cidade
O período de chuvas abaixo da média em junho não vem significando menor disseminação de focos de larvas e do mosquito Aedes aegypti nas áreas urbanas de São Borja. A constatação do Serviço de Vigilância Sanitária da Secretaria da Secretaria Municipal de Saúde é de que temperaturas acima da média são um grande fator de risco. Já são contabilizados 2.204 focos desde janeiro, bem mais que os 1.524 registrados em todo o ano passado.
Uma das coordenadoras técnicas do trabalho de orientação e prevenção, Janaina Leivas, ressalta que outro indicador de situação de risco diz respeito à recente edição do LIRA (Levantamento por Índice Rápidos e Aedes). Nesse levantamento por amostragem, a média de incidências detectadas de larvas ou mosquitos na cidade foi, em média, de 4,9%. O índice é quase o mesmo da amostragem anterior, em março, que foi de 5%.
Em relação aos levantamentos de rotina, contabilizados a partir de materiais coletados pelos agentes de endemias, são registrados até agora, este ano, 210 focos nos chamados Pontos Estratégicos, como borracharias, ferros-velhos e cemitérios. A região Centro-Sul da cidade segue liderando o número de casos nos pátio das residências e empresas ou em terrenos baldios. São 869 focos, em menos de seis meses na área central. Depois aparecem os bairros Pirahy (391 focos), José Alvarez (338) e Do Passo (333). A vila Umbu registra 60 ocorrências e a vila de Nhu-Porã, 12.
Em Nhu-Porã, os agentes de endemia do Serviço de Vigilância desenvolvem trabalho de rotina como na cidade. Na vila, que fica a 30 quilômetros da cidade, um caso de dengues ocorreu no início do ano. A situação, porém, é considerada sob controle e nem mesmo focos de larvas ou mosquitos são identificados nas últimas semanas.
Na cidade, as visitas de inspeção nas residências e nas empresas são realizadas a cada dois meses. Agora em julho estará sendo iniciado o quarto ciclo em 2019. Para agosto está programada a realização da terceira edição do ano do LIRA, levantamento por amostragem.
Região preocupa
O temor em relação ao Aedes aegypti não se deve apenas aos riscos de transmitir a dengue, uma das doenças mais frequentes. O mosquito também pode ser vetor de pelos menos outras três patologias graves – febre chykungunia, zika vírus e febre amarela.
Janaina Leiva destaca que, além da situação local, existe a preocupação com o que acontece em cidades da região e que mantêm circulação permanente de pessoas com São Borja. Ela cita o exemplo de Uruguaiana e de várias localidades nas Missões. “A recente edição do LIRA revelou altos índices de infestação, o que significa a necessidade de atenção redobrada”, justifica.
Outro motivo de atenção diz respeito à localidade argentina de Santo Tomé, também com alta incidência de Aedes. Sob coordenação do diretor do Serviço de Vigilância Sanitária, Adilson Quevedo, a ideia é implementar ações de intercâmbio e parceria com todas as localidades brasileiras na região e também na Argentina.
Quevedo lembra, por outro lado, que no Brasil os números relativos a óbitos e pessoas doentes praticamente triplicaram em relação ao ano passado. Os Estados das regiões Sudeste e Centro-Oeste são os mais castigados.
Fonte: DECOM
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