Líderes políticos e dos produtores reapresentam a Bolsonaro demandas do setor arrozeiro
Depois de encontro há um mês em Brasília com o presidente Jair Bolsonaro e a ministra da Agricultura, Thereza Cristina, lideranças políticas e do setor primário voltaram a insistir, nesta segunda-feira (12/08) em relação as muitas demandas da cadeia produtiva do setor arrozeiro, que enfrenta uma das suas maiores crises. Desta vez, o encontro foi com o presidente Bolsonaro, na sua visita a Pelotas.
As reivindicações foram reapresentadas por uma comitiva liderada pelo senador Luís Carlos Heinze, pelo prefeito de São Borja e presidente da Associação dos Municípios da Fronteira Oeste (Amfro), Eduardo Bonotto, e ainda pelos presidentes da Associação de Arrozeiros de Camaquã, José Carlos Gross, e pelo presidente da União Central de Rizicultores, Ademar Kochenborger.
Bonotto aproveitou para entregar a Bolsonaro a “Carta de São Gabriel”, documento produzido na sexta-feira (09/08), pelos 13 prefeitos da Amfro e entidades como Federarroz, Irga e Farsul, mostrando a caótica situação da cadeia orizícola, desde a produção ao beneficiamento. São enfrentados prejuízos de toda a ordem que afetam não apenas os produtores e industrialistas, mas também a geração de empregos e a capacidade de geração de receitas e demandas.
Um levantamento realizado pela Farsul indica que, anualmente, a produção e o beneficiamento do arroz geram uma receita de R$ 600 mil em ICMS no Rio Grande do Sul. Com a aguda crise atualmente enfrentada, essa receita cairá drasticamente para as prefeituras e a economia dos municípios de modo geral no próximo ano, com sérios reflexos sociais e impactando também os serviços públicos.
Essas informações foram repassadas ao presidente, assim como demonstrativos de que 140 municípios gaúchos vivem do arroz. “Os 13 municípios da Fronteira Oeste são diretamente dependentes da lavoura orizícola. Por isso, continuamos firmes nos avanços necessários das pautas do setor que dependem do governo. Uma luta por toda uma cadeia produtiva, que sustenta famílias, gera empregos e é a economia principal de 140 municípios no Rio Grande do Sul.”, ressaltou o prefeito Eduardo Bonotto, presidente da Amfro.
A preocupação das lideranças é que depois do encontro em Brasília, em 11 de julho, praticamente nenhum avanço ocorreu. Uma das poucas medidas práticas anunciadas é que dívidas dos arrozeiros aos bancos com vencimentos em julho e agosto serão reescalonadas, para pagamento de setembro a novembro.
Bolsonaro disse que reconhece a gravidade da crise e a importância da orizicultura, mas, sobre ela, usou a linguagem do futebol: “Sou apenas o técnico que escala a equipe e ela é que tem de jogar”. Disse, com isso, que orientará sua equipe econômica a adotar medidas emergenciais de apoio.
O senador Heinze, de forma enfática, cobrou soluções imediatas. O presidente da República propôs que o senador gaúcho seja interlocutor entre governo, produtores e as demais lideranças. A expectativa é que, nos próximos dias, além de medidas de socorro da área econômica, também possam ser anunciadas ações de auxílio e apoio à produção por parte do Ministério da Agricultura.
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