Comitê reúne a imprensa em São Borja para detalhar enfrentamento à Covid-19

Sob coordenação do prefeito Eduardo Bonotto, o Comitê de Gestão de Crise reuniu a imprensa de São Borja, na tarde desta quinta-feira (14/05), para detalhar as ações em curso no enfrentamento da pandemia da Covid-19. O encontro, na Sala do Servidor, na Prefeitura, teve a presença da representante do Ministério Público Estadual, Melissa Jussen e de administradores do Hospital Ivan Goulart – o provedor Pedro Machado e a diretora Fernanda Bonotto. Também participaram os secretários municipais da Saúde, Sabrina Loureiro; de Administração, Plínio Klein; de Educação, João Carlos Reolon, e o consultor Jurídico Marcos Rogério Rodrigues. O diretor Eduardo Rocha representou a Secretaria de Turismo, Cultura, Esporte e Lazer.

Um dos temas dominantes foi em relação à circulação, na cidade, de falsas informações ou de informações distorcidas. O prefeito registrou que a imprensa tem desempenhado um relevante papel em relação à pandemia, mas ressaltou que as Fake News, quando veiculadas nos diversos meios, causam pânico e às vezes danos irreparáveis. “É então indispensável que todos nós tenhamos muita segurança, clareza e responsabilidade no que repassamos à opinião pública”, disse ele.

A promotora Melissa Jussen confirmou que, já há cerca de duas semanas, pediu investigação policial e pessoas já foram ouvidas, em função de Fake News. As redes sociais são um dos principais meios em que informações improcedentes são propagadas. Melissa aproveitou para observar que, na dúvida, todas as informações devem ser checadas, colocando o Ministério Público à disposição para os esclarecimentos necessários, dentro da sua alçada.

A promotora destacou que outro aspecto preocupante são as aglomerações de pessoas. O problema é mais grave, atualmente, em locais como o Cais do Porto e em frente a bares. O anúncio é que as instituições de segurança pública vão intensificar a fiscalização, sendo estudadas penalizações mais severas. O prefeito Eduardo Bonotto disse, porém, que “as ações coercitivas e de controle não podem estar todo o tempo e em todos os lugares, sendo assim indispensável, sobretudo, a conscientização de que a população tem de fazer a sua parte, para o seu próprio bem”.

Estrutura de saúde

Outro tema que dominou a reunião, foi em relação à estrutura do Hospital Ivan Goulart para atender pacientes da Covid-19 e demais patologias. Nos últimos dias, circulou a informação de que o hospital estaria com sua capacidade de leitos de UTI praticamente esgotada, mesmo que as internações na Unidade de Terapia Intensiva não sejam pela Covid-19.

A diretora do Hospital Ivan Goulart, Fernanda Bonotto, rebateu a informação. Ela esclareceu que o hospital tem à disposição, se necessário, 15 leitos de UTI. Os ventiladores mecânicos disponíveis são 15 e esse número, em caso de necessidade, pode ser ampliado com a utilização de equipamentos do Centro de Atendimento em Saúde (CASA).

Fernanda Bonotto falou ainda sobre os leitos clínicos e explicou que, além de toda estrutura já montada, 30 novos leitos da unidade de Saúde Mental podem ser utilizados, se for necessário. Além disso, segundo ela, na hipótese de agravamento maior do quadro, outros 30 leitos serão liberados para uso, em cerca de 50 dias, em uma nova ala que está em construção.

O provedor da instituição, Pedro Machado, garantiu que, “considerando a proporção da população de São Borja, a cidade está com estrutura melhor que grandes centros como Porto Alegre ou Rio de Janeiro, em relação a médicos, equipes de apoio, equipamentos e capacidade de internação.” Ele ressaltou que isso dá segurança ao atendimento não apenas das demandas locais, mas também de municípios próximos como Garruchos e Maçambará, por exemplo.

A diretora Fernanda Bonotto informou que, apesar do Coronavírus, não cessaram os atendimentos de rotina no hospital, inclusive cirurgias eletivas e os exames no Centro de Diagnóstico por Imagem (CDI). Calcula, porém, que os atendimentos de modo geral caíram cerca de 40%.

Por seu turno, a secretária municipal de Saúde, Sabrina Loureiro, também destacou que as Estratégias de Saúde da Família (ESFs) seguem abertas e à disposição. Lembrou que essas unidades básicas devem ser buscadas como o primeiro meio de orientação e prevenção.