Lixo jogado na periferia urbana é preocupação quanto ao Aedes
Uma combinação de fatores - vários deles por falta de cuidados da população - tem aumentado as preocupações entre as autoridades ligadas à Secretaria Municipal de Saúde em São Borja. Além dos depósitos de água parada em ambientes domésticos, que podem se transformar em criadouros do mosquito Aedes aegypti, também causam apreensão os depósitos de sucata e o descarte de lixo em locais proibidos na periferia urbana. Associadas às chuvas, agora novamente frequentes, essas várias práticas inadequadas são um sério risco a doenças transmitidas pelo mosquito, como dengue, chikungunya, zika vírus e febre amarela.
São Borja contabiliza, nos cinco primeiros meses do ano, 535 focos de larvas do Aedes aegypti, número já considerado alto. Além desse registro, a veterinária Janaina Leivas, de Serviço de Vigilância em Saúde do município, ressalta que o quadro verificado na região é ainda mais preocupante. Na localidade argentina de Santo Tomé, no outro lado da fronteira, são 32 pessoas com dengue. Em território brasileiro, várias cidades próximas a São Borja, especialmente nas Missões, têm dezenas de casos, inclusive com mortes já registradas.
A recomendação básica é a de sempre: redobrar todas as ações de limpeza e de prevenção. “É bom não esquecer que, não bastassem todas as doenças que podem ser transmitidas pelo Aedes aegypti, temos ainda que considerar a leishmaniose e agora mais a pandemia do Coronavírus”, alerta Janaina Leivas. Ela acrescenta que “a eventual incidência simultânea de duas ou mais doenças pode ser fatal”.
Um dos principais motivos de alerta é quanto ao hábito de muitas pessoas jogarem lixo, clandestinamente, em áreas da periferia da cidade. “Isso além de demandar mais serviços de limpeza para a Prefeitura, representa mais riscos de doenças e ainda a maior chance da multiplicação de ratos, cobras, escorpiões e outros animais peçonhentos”, lembra Janaina. Pneus tipo sucata também vêm sendo jogados no meio ambiente, mas a solicitação é para que sejam levados ao ponto de coleta, no antigo Hospital São Francisco.
Nos terrenos baldios, depósitos de água, lixo e matagais são periodicamente removidos por equipes da Prefeitura. O proprietário do imóvel é então notificado e orientado a ele mesmo manter limpo o local. Em relação aos ambientes domésticos, a recomendação é para revisão permanente e eliminação de quaisquer depósito de água.
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